segunda-feira, 20 de setembro de 2010

E depois da morte?

Há questões para as quais não temos resposta e provavelmente nunca teremos. Uma dessas questões sem resposta centra-se em torno do que se seguirá após a morte. A ideia da inexistênca é insuportável para o Homem, pois o seu estado, aquele que ele conhece e sente, é o da existência. O infinito, a infinitude do Universo, leva-o a crer que ele mesmo será infinito. Mas, como a morte lhe mostra a destruição do corpo, apoia-se em ideias mais ou menos fantasiosas, de que continuará a existir de uma outra forma, num outro local. Eis que surge, então, a noção de alma - o corpo desaparece, mas há uma alma que vai para um paraíso ou reencarna. As religiões esforçam-se por confirmar essa ideia de que a morte não é o fim, aplacando assim essa angústia que a ideia da inexistência provoca. Há um deus ou deuses que supostamente têm tudo sob controle e cujos desígnios são incompreensíveis para nós, entes limitados e inferiores. "Tenham fé.", dizem-nos os entendidos. "Não entrem em pânico." digo eu.
Nada mais somos do que matéria, uma matéria consciente de si própria por ser dotada de um cérebro que o permite. Matéria que surge a partir de mecanismos criados pela Natureza e que, sem se perder, se transforma. A perda da consciência do sermos como somos é inevitável, pois a morte do cérebro leva-nos essa consciência.
Percam as ilusões. Somos infinitos, sim. Os vermes agradecem. A terra será fertilizada com as nossas cinzas e talvez nasçam flores. Matéria...apenas matéria.

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