segunda-feira, 25 de abril de 2011

Abril

Haverá algo de especial em determinados meses do ano ou somos nós que, por força da imaginação, queremos acreditar que sim?
Hoje, ao rever passado e presente, dei-me conta de que Abril é um mês de transição, de pontos finais e começos, de morte e renascimento. Não é apenas a Primavera, que chega realmente, malhada ainda de uns quantos dias intermitentes, cinzentos e chuvosos, que recordam vagamente um Inverno em agonia. Não é apenas aquele Sol que promete Verão, mas cujo ocaso desvenda ainda finais de tarde e noites frias. É...uma outra coisa feita de antónimos e de opostos não tão radicais mas que se fazem sempre sob o signo da mudança.
Seja como for, o mês de Abril tem um significado muito especial para mim, pois é durante o seu limitado percurso que, tal como as cobras, se me descola do corpo a velha pele, dando lugar a uma nova.
Em busca para uma explicação para a influência que o mês de Abril tem tido na minha vida, encontrei esta definição do mesmo na Wikipédia:
"Abril é o quarto mês do calendário gregoriano e tem 30 dias. O seu nome deriva do Latim Aprilis, que significa abrir, numa referência à germinação das culturas. Outra hipótese sugere que Abril seja derivado de Aprus, o nome etrusco de Vénus, deusa do amor e da paixão. É por esta razão que surgiu a crença de que os amores nascidos em Abril são para sempre. Outra versão é que se relaciona com Afrodite, nome grego da deusa Vênus, que teria nascido de uma espuma do mar que, em grego antigo, se dizia abril"

Abril é o mês em que tomo o meu primeiro banho de Sol e de mar...está tudo dito...ou não fosse o mês da Revolução!


domingo, 24 de abril de 2011

Borboletas

Não sei o que se passa mas há borboletas no ar.
São tantas, mas tantas, umas a esvoaçar,
outras poisadas em caules secos e flores por desabrochar...!
Batem contra as janelas, desgovernadas
e entram-me pela casa adentro sem pedir licença, desaustinadas.

Procuro as minhas antigas asas, aquelas que perdi
por amor?! Pelo nada que vivi.
Frenética procuro-as em todos os cantos da minha memória,
pois o que foi ou poderia ter sido passou à história.

São tantas, mas tantas, as borboletas no ar!
Vêm buscar a irmã que se perdeu, que se deixou ficar
iludida...esquecida da sua própria natureza
por uma outra feita de força que se revelou fraqueza.

Umas vez mais e sem vacilar,
encontro as minhas asas e vou voar.

sábado, 9 de abril de 2011