domingo, 24 de abril de 2011

Borboletas

Não sei o que se passa mas há borboletas no ar.
São tantas, mas tantas, umas a esvoaçar,
outras poisadas em caules secos e flores por desabrochar...!
Batem contra as janelas, desgovernadas
e entram-me pela casa adentro sem pedir licença, desaustinadas.

Procuro as minhas antigas asas, aquelas que perdi
por amor?! Pelo nada que vivi.
Frenética procuro-as em todos os cantos da minha memória,
pois o que foi ou poderia ter sido passou à história.

São tantas, mas tantas, as borboletas no ar!
Vêm buscar a irmã que se perdeu, que se deixou ficar
iludida...esquecida da sua própria natureza
por uma outra feita de força que se revelou fraqueza.

Umas vez mais e sem vacilar,
encontro as minhas asas e vou voar.