segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Gritar...liberdade!

Conhecer mundo. Subir à montanha mais alta, percorrer planiceis, ouvir palavras estranhas e estranhos costumes conhecer. Partilhar convicções e por elas lutar, de forma real e sem medos.
Mudança, evolução... dos acomodados não reza a História. Há tanto, mas tanto, para fazer...Teremos de ser mais um grão de areia no meio de milhões de grãos de areia?!
Nesta passagem efémera que é a vida, não há um deus que justifique a mesmice em que vivemos, nem tão pouco a ambição de estarmos conforme uma sociedade à qual, uma minoria, impôs as regras do capital e de um comportamento tantas vezes estúpido e frustrante.
Eu grito: "Liberdade!" Não apenas para mim, para todos aqueles que sofrem a opressão, o determinismo de uma gaiola sem grades, mas que está lá.
Eu grito: "Abram os olhos!" Não há nada nem ninguém capaz de nos obrigar a ser mediocridade, conformismo, mais do mesmo.
Há uma força em mim, cada vez mais incontrolável, de seguir em frente, sem medos, sem nada mais que a realização do meu eu que, em breve, ao pó voltará.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Luta interior

"Meu Deus, dá-me a serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, coragem para mudar o que está ao meu alcance e sabedoria para que eu saiba a diferença entre ambas."

Amar...assim

Estou a ver-te. Não sei o que fazes, mas suponho-te a dormir ou acordado a conversar com outras pessoas, em casa, num passeio qualquer. Vejo-te, não como a minha imaginação te quer ver, mas num contexto real, provável. Oiço o som da tua voz, mas não sei o que dizes. Do que falas? Dos teus projectos, dos teus sonhos, dos teus cansaços? De banalidades quotidianas ou simplesmente de nada? Estas tão longe e ao mesmo tempo tão perto.

Tenho o teu livro à cabeceira da minha cama. Já o li, reli e revi. Continuo. Tento ir mais longe, ver para além das imagens, chegar ao teu eu mais profundo. Componho, assim, aos poucos, um puzzle que vai ganhando uma forma concreta, feito das milhares de palavras que já proferiste, das expressões faciais e corporais que captei, dos sons, das cores e linhas da tua poesia sobre tela.

Não te concebo como ser perfeito, porque não existem seres perfeitos e ainda bem ou todos seriamos deuses. Nas nossas falhas e imperfeições se revela o nosso lado humano, mas também é a partir da consciência delas que podemos crescer, evoluir. É o que sinto, a cada dia que passa, quando falo contigo - que nos ajudamos mutuamente a crescer.

Não tenho a tua presença física, mas de todas as presenças físicas que tive, nenhuma me preencheu interiormente. Faltou sempre o mais...o mais. A redoma estava sempre presente. Olhava à distância. Via, ouvia, tocava, mas faltava sempre qualquer coisa. Estranho, contigo é ao contrário, só falta a presença, o toque!

Queria tanto estar contigo realmente, nem que por um instante fosse.

Felicidade e sofrimento. Penalizo-me e ao mesmo tempo congratulo-me.

Sinto-me acompanhada e ao mesmo tempo só. Caminho por entre a multidão e os meus olhos procuram-te. Nada compensa a necessidade que tenho de ti.
 

domingo, 2 de janeiro de 2011

Iemanjá

Numa certa madrugada ajoelhei
à beira-mar
e chorei
sem conseguir parar.
Vestida de branco e ainda molhada,
ela abandonou as águas
e disse-me: "Estás tão cansada.
Quantas lágrimas derramadas!"

Lágrimas salgadas,
que me queimam, Iemanjá.

sábado, 1 de janeiro de 2011

2011

O tempo passa e os anos sucedem-se, uns melhores do que outros. A Terra continua em movimento e vai continuar ainda por muito tempo. Nascerão novas gentes e outras ao pó voltarão. O que tiver de ser será ou nem por isso.
Já lá vai o tempo em que eu acreditava que proferir um desejo sob o fogo de artíficio de uma passagem de ano daria os resultados ambicionados. Hoje sei que do desejo à sua realização vai uma distância muito grande, pois não basta desejar...ele tem de ser execuível e nem sempre isso é possível. Por isso, às zero horas deste novo ano não desejei nada. De igual modo, não assumi qualquer compromisso comigo mesma de fazer isto ou aquilo em 2011, pois compromissos desses são fruto do momento. As verdadeiras determinações não conhecem mudanças de calendário, não têm dia certo, nem hora. Essas estão bem guardadas dentro de mim, em compasso de espera.

2011, nada mais será que uma extensão dos anos que para trás ficaram, pois o tempo que percorremos e as experiências de vida que ele nos trouxe desde o nosso nascimento estão inexoravelmente encadeados. Dessas experiências de vida recolhi alguns ensinamentos que resumo na seguinte frase: "Sábio é aquele que conhece os limites da própria ignorância." (Sócrates, o filósofo).