domingo, 19 de setembro de 2010

Amar fora das regras...

Sim, é para ti este post, Moza.
Continuo a não saber muito bem o que é isso do verbo amar. A psicologia e a sociologia estão cheias de definições e distinções - paixão, fogacho, desejo, enamoramento, amizade, amor. Somos mesmo bichos complicados! As sociedades estabelecem regras e impõem paradigmas de relacionamento, de sentimentos. As mentalidades perpétuam tabus e a religião, seja ela qual for, aponta para a noção de pecado. Submetemo-nos a tudo isso. Temos medo de ser condenados, ostracizados, de perder o que foi conquistado à custa do nosso esforço...porque somos animais sociais e vivemos enquadrados num sistema do qual é difícil fugir. Outras espécies de mamíferos não têm esse problema pois não são racionais. Será?!
Amar é...não sei. Amar é possível? Ou repetem-se as mesmas histórias, hoje sem espadas nem cavaleiros de armadura, mas em mundos de pedra, individualistas e egoístas? As questões são as mesmas, ontem e hoje. Mas perdeu-se a pureza em prol do convencional e do material.
O que estamos nós a ensinar às futuras gerações?!

Aqui ficam dois poemas de amor babilónicos com cerca de 5000 anos:

Ela:"Vai-te, sono! Quero apertar nos braços o meu querido!
Quando me falas, alivias-me imenso o coração!
Ah, como te piscaria o olho direito...
Eis-me apaixonada pelos teus encantos!
À noite nao cerrei os olhos:/ Sim, estive desperta toda a noite, meu querido!"

Ele:"Sim, tu és a única que importa!
O teu rosto é sempre tão bonito!
Tal como antigamente,
Quando eu me agarrava a ti
E repousava em mim a tua cabeça!
Nada mais te chamarei além de "Sedutora",
E "Sábia" será o teu único título, para mim!
Que Isthar seja minha testemunha: de ora avante, a tua rival será nossa inimiga!"

Fonte: Georges Duby, Amor e Sexualidade no Ocidente, Terramar, s.d. (edição francesa de 1991)

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