Hoje fui ao Cash Converters, não apenas por ter ainda algumas inutilidades que me andam a ocupar espaço - uma impressora, uma X-Box das antigas e que já ninguém cá de casa lhe passa cartão e uma catrefada de livros que não me interessam para nada -, mas, sobretudo, porque obter dinheiro com tralha é muito melhor do que a pôr no contentor.
A experiência é sempre interessante- observar aquilo que as outras pessoas levam, o diálogo entre comprador e vendedor, as saídas estratégicas dos compradores o que cria um certo suspense, a miséria das ofertas monetárias pelos artigos...enfim.
Fui com uma amiga, também ela carregada de tralha, mas muito melhor negociadora do que eu. O comprador disse logo que, livros nem pensar. Mas a minha amiga, fazendo-se desentendida, lá os pespegou em cima do balcão. E discos velhos, de vinil, saloiadas de primeira "mais velhas que a Sé de Braga"...teve piada. O saldo foi positivo. Calharam-nos, quase tudo à base dos livros, 90€ a dividir pelas duas. A X-Box não marchou porque me esqueci de um cabo em casa - fica para outro dia.
Assim, consoladas com o lixo convertido em dinheiro, lá fomos a correr para a piscina a fim de acalmar os ânimos e o calor que nos abafava as carnes. As cigarras estavam desvairadas, como ontem, num despique desalmado que quebrava o silêncio e impedia a sestazinha que deu vontade de fazer, á sombra das oliveiras. A minha amiga sugeriu ir buscar a casa um spray contra insectos, eu resolvi a coisa de forma menos violenta - lá localizei os bichos na árvore e, com uma vassoura, acabei com o problema. Ah, sossego!(por pouco tempo, mas foi uma boa tentativa).
Ao cair da tarde resolvi gastar a minha parte do que tinha ganho no Cash Converters. Apeteceu-me ser fútil e a conselho dessa grande conhecedora das "grandes superficies" e sempre em dia com os saldos, lá fui à Natura comprar umas roupitas. Tem de ser. Uma boa auto-imagem é meio caminho andado para uma boa auto-estima. E meio caminho andado também para Marrakech - túnicas leves, nada de abusos em decotes, que com gente muçulmana nunca se sabe. Futilidades, repito, também nos fazem bem....excepto telenovelas, que isso dispenso, pois ainda não tenho o cérebro embotado.