terça-feira, 13 de julho de 2010

Eu e a escola - balanço.

Ser professor/a, ao contrário do muito que se tem dito, não é uma tarefa fácil. Quem escolhe o ensino para dele fazer a sua profissão tem de ter em conta que precisa de gostar, mas gostar mesmo muito, daquilo que o espera e que verdadeiramente importa - os alunos. Para além de toda a burocracia excessiva, das reuniões intermináveis e muitas vezes desnecessárias, de horários sobrecarregados que nos fazem "odiar" ter escolhido ser professor/a ou até mesmo de uma avaliação confusa e injusta, o que ainda nos vai obrigando a ficar por lá, pela escola, são os alunos. Dar aulas, interagir com os jovens, ajudá-los a pouco e pouco a conhecer este mundo que nos rodeia é, para mim, um privilégio. Há alunos difíceis, sem dúvida; há alunos sem regras, sem educação, sem vontade de nada a não ser "dar cabo da cabeça" ao professor. São desafios que nem sempre conseguimos vencer. Mas, depois, um sorriso, uma dificuldade vencida, um "oi stôra"...e todas as desavenças e batalhas campais são esquecidas.
Mas a escola é uma comunidade composta, também, por professores, funcionários, pais que de tempos a tempos vêm à escola. Uma comunidade com um modo de funcionamento próprio, com hierarquias e formas de estar e de relacionamento. É preciso entrar nela de espírito aberto, com flexibilidade e tolerância.  É também uma comunidade onde, quando entramos pela primeira vez, esperamos ter bons alunos, bons colegas de trabalho, bons pais. Utopia? Não. Pode acontecer. Há escolas onde o ambiente de trabalho é péssimo e outras não. Problemas existem em todo o lado, em qualquer espaço de trabalho, mas o que marca a diferença é quando sentimos que, apesar dos problemas, estes até se vão resolvendo e que ali, naquela escola em particular, chegando ao final do ano nos sentimos em "casa". Os colegas marcam a diferença - o diálogo, o apoio e a amizade, genuína, que acaba por nascer, são mais um contributo para o nosso bem-estar e crescimento profissional.
É isso que hoje sinto. A minha escola é a minha outra casa. Nela sinto conforto e segurança. E esses sentimentos dão-me vontade de lá voltar, de aspirar a mais um ano de trabalho, rever alunos e com eles "lutar" nas aulas. E que sorte eu tive...

Um bem haja para todos vocês - Ana Paula, Maria Clara, Carolina, Manuela, Lurdes, etc etc (porque a lista é um bocadinho extensa).

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