domingo, 11 de julho de 2010

Um dia de cada vez

Apetece-me atirar um prato contra a parede. Apetece-me correr pelas ruas até perder o fôlego, até cair exausta num qualquer chão. O sol, o vento, mar e os campos verdejantes nada me dizem. Não há palavra amiga que me console. Faço um esforço titânico para cumprir, cada dia que passa, as minhas obrigações e pôr uma cara alegre, quando o que me apetece é chorar até mais não.  Cumpro com todos os conselhos amigos - saio e saio, vou aqui e acolá, mato o corpo com exercício físico para sobrepôr a dor física à dor psicológica. O resultado é um cansaço imenso. Olho para dentro de mim e só vejo escuridão, um buraco negro que tento preencher a qualquer custo. Traço planos de futuro porque o tenho de fazer, mas sem qualquer desejo ou convicção. Perdi o rumo, o meu Norte...já não sou eu, sei lá quem sou,,,sou corpo, sou dor, sou caos! Sou solidão, sem estar só! A razão grita-me, constantemente: "Esquece...segue o teu caminho...viveste uma fantasia...tu permitiste o que aconteceu. Não foste amada? Paciência. Amas ainda? Esquece. Como podes amar quem nunca te amou?!  Faz "delete" de tudo, pois mereces nuito mais do que isto...a dor é tola, não tens de a sentir. Acabou. Acabou. Aceita e renova-te, agradecendo o fim."
Um dia de cada vez. Percorrer um dia de cada vez.


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