domingo, 10 de outubro de 2010

Sonhos, projectos e metas.

Não concebo uma vida que se limite ao presente, embora seja adepta da máxima "um dia de cada vez". Sem sonhos, sem projectos e metas, corremos o risco de viver por viver e o deixar andar não encaixa com o meu feitio. Todos os dias repetimos gestos, cumprimos horários e obrigações, porque isso faz parte do sistema social em que vivemos mas, eis o mas, afundarmo-nos na mesmice dia após dia, acomodarmo-nos de olhar vidrado em frente a uma TV ou simplesmente metermo-nos numa cama e esperar que mais um dia amanheça, mais um dia igual a tantos outros, é dose. Ignorar a realidade com uns copos e conversa da treta, vai dar no mesmo.
Sonhar é fácil e quem não sonha?! Mas a força anímica para concretizar o sonho parte de nós. Eu sei que não é fácil e há sonhos impossíveis (ir à Lua, por exemplo), mas outros há que podemos alcançar com perseverança, trabalho e convicção.

Alturas houve, na minha vida, em que julguei que sonhar era uma anormalidade e que empreender a mudança seria um estigma de que nunca mais me livraria. Alturas houve em que tive medo (e ainda tenho) de enfrentar o desconhecido e desisti de projectos e metas, por julgar que não valia a pena. O tempo foi passando e passa, sim, muito depressa. Num mundo tão grande, com tantas coisas, porque me deixar ficar?! Porque não a revolução? Uma vez alguém me disse "a cada dia se morre um pouco". Outra pessoa, na véspera de morrer, disse-me: "Vive, não deixes de viver. Acabarás como eu." E vou acabar, sim. Todos nós!

Revolução. O mundo não seria o que é hoje se não tivessem existido homens e mulheres capazes de passar do sonho à acção. Muitos morreram pelas suas convicções, outros conseguiram mudar sistemas político-sociais e conquistaram a "imortalidade". Há que ter coragem e a coragem é uma das mais supremas qualidades humanas. É preciso agir.

Sonhos, projectos e metas. Sem eles não somos nada. Não há progresso, nem realização...só um intenso sentimento de frustração e uma vida perdida. Cada vez mais e mais e mais, sei que tenho de partir e voar. Abandonar medos, falsas seguranças e comodismos.  Lá fora há um mundo imenso que gira sem parar, cheio de lugares, gentes e modos de vida diferentes, que é preciso conhecer. Este país onde vivo já nada me diz e estou cansada dos mesmos lamentos, da mesma frase "que havemos de fazer", da mesma mentalidade de comadres, destituída de "sangue na guelra", plena de individualismo e de cobardia.

Voyage, voyage....


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