Não existem sistemas políticos perfeitos ou não fosse a Humanidade imperfeita. Imperfeita era a Democracia quando nasceu em Atenas, na antiga Grécia, pois o seu exercício encontrava-se limitado a uma minoria, a dos cidadãos e nem todos os habitantes da pólis tinham as condições exigidas para o ser. Hoje em dia, nos Estados que se pretendem democráticos, o conceito de cidadania alargou-se e, embora de forma indirecta, homens e mulheres participam na vida política, quanto mais não seja através da escolha daqueles que irão exercer a governação. Mas...eis o mas - como pode esse sistema, designado Democracia, ser verdadeiramente útil, eficaz, se uma boa parte dos cidadãos não tem qualquer formação política e muitos sofrem de iliteracia? Na antiga pólis ateniense, o jovem cidadão era educado para ser capaz de, um dia, poder participar activamente na assembleia, tomar decisões políticas e exercer cargos de responsabilidade. Hoje, nem tanto. Deu-se ao povo a ilusão da igualdade e o direito à livre opinião e à escolha...uma ilusão apenas, dado que carece do conhecimento e do discernimento necessários para o efeito. Assim, prevalece não verdadeiramente uma "democracia", mas antes uma forma de "ditadura" tão súbtil que nem damos conta dela - a "ditadura" de quem tem o conhecimento e os meios para manipular o conhecimento alheio, em benefício próprio.
Solução?! Passava por uma reforma séria do nosso sistema de ensino, por uma oferta de programação, na dita escola paralela (a TV), menos telenovelesca e mais rica em informação cultural e científica - os gostos moldam-se e os saberes transmitem-se.
Mas, a quem interessa a isto?!