terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Naquela alameda encontrei o amor

Naquela alameda, as árvores despiam-se a pouco e pouco agitadas por um vento invernoso, húmido. Folhas amareladas cobriam o chão e outras tantas esvoaçavam, perdidas, no ar. Não havia nelas a tristeza própria da estação, nem tão pouco a nostalgia de tempos idos, daqueles que não voltam mais.
Naquela alameda, onde tantas vezes ecoaram os meus passos solitários, vazios de sentido e sem a esperança do mais, encontrei o meu amor. Estava encostado, ele,  a uma árvore, com as asas fechadas, em compasso de espera. Esperando por mim, sem o saber, deu-me a sua mão e elevou-me às alturas, ensinando-me esse verbo tantas vezes confundido com dor e desilusão.
Naquela alameda onde as folhas esvoaçavam solitárias encontrei, num bater de asas, uma paz feita da certeza de que, afinal, voar a dois é possível e que o céu não é o limite, seja qual for a estação.

Amo-te, João, pelo que és, pelo que sou contigo...pelo que somos.


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