sábado, 8 de outubro de 2011

Não há cobardia naquele soldado assustado que, sob o cair das bombas, cobre a cabeça com as mãos e chora pela mãe. É tão jovem, ainda, o soldado!
Não há cobardia naquele que já venceu tantas batalhas na vida e que, simplesmente, decide morrer por cansaço, porque a dor é insuportável e a morte prevista, porque sim, é o seu direito.
Não há cobardia no sono forçado, na vontade de esquecer por momentos um problema inadiável...por momentos, apenas.
Cobardia é o abandono de sonhos, de ideais, de um amor por medo, medo de perder o que se já tem mesmo que seja um quase nada ou um quase muito insatisfatório; medo de trocar o certo pelo incerto, mesmo que o incerto seja o certo.
Cobardia é desculpar-mo-nos com os outros, quando a fraqueza está em nós próprios.
Por último, cobardia é fazer alguém amar-nos, quando não temos a intenção de amar esse alguém.
O cobarde é um fraco. Um fraco apegado a si próprio e que se imagina forte. O cobarde bate de mão aberta no peito, chora rios de lágrimas, porque abdicou a favor de supostos fracos, quando nada mais foi do que o medo que a isso o levou. O cobarde mente, adia, cria dilemas, não enfrenta a adversidade, vitimiza-se, tem receio de perder a consideração social, o status quo adquirido. O cobarde é um condenado sem o saber...um condenado a uma morte em vida e ao desprezo daqueles que viram, sentiram, a sua cobardia.
Dos fracos não reza a História...

 

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