quarta-feira, 20 de julho de 2011

Vida e morte

Espreita esfomeada a barata, naquele canto da sala. Mexe as antenas e, num corropio de patas, avança decidida para a migalha suculenta. Pelo caminho a minha vassoura corta-lhe a intenção. Uma, duas, três vezes leva com ela, com a vassoura que a acaba por varrer para um canto qualquer. Esqueço-me dela, da barata, mas as formigas não, pois andam atentas a coisas suculentas como aquela desgraçada. Uma vida, na sua morte, dá alento e alimento a uma outra vida.

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